Hey, como estão? Recentemente eu vi o anúncio de que a Universal criou um canal no YouTube para transmitir peças da Broadway, agora que estamos em quarentena no meio dessa pandemia. Com isso, lembrei da minha experiência com a Broadway: digna de ser chamada de perrengue chique.
Pois bem, lá vamos nós: viajei com o meu irmão de 14 anos para os EUA no ano passado, fomos para Los Angeles e Nova York (sim, eu sei, dois cantos… Assunto para outro post). Eu, como boa virginiana que sou – dizem que é coisa do signo, não sei se acredito -, sempre organizo todo o roteiro da viagem antes de embarcar. Levo impresso o que está planejado para cada dia quando já tenho ingressos comprados, transportes, essas coisas. A partir disso, organizo para os outros dias os demais passeios. Só queeeee, para a viagem em questão, eu não consegui finalizar o roteiro completo antes de ir, tava meio na correria. Para os primeiros dias, que estávamos em Los Angeles, o roteiro estava 100%: datas, horários certinhos, endereços, dicas. Mas a segunda parte, de NY, acabou ficando mais resumida. Pensei: “tudo bem, é uma chance de ter uma viagem mais flexível”. Só que acabou ficando flexível demais, porque eu simplesmente esqueci o dia do show da Broadway (rindo de nervoso).
Nós tínhamos os ingressos comprados antes de embarcar, eu tinha a data e horário anotado no roteiro, tudo. O que me confundiu foi que eu tinha comprado os ingressos para a quinta-feira, dia 03/10, o dia em que chegávamos em NY, vindo de LA. Como estaríamos lá já de manhã, tudo certo em ir ao espetáculo de noite. Só que eu não contava com o cansaço de uma noite não dormida e, com isso, o esquecimento. Eu estava tão preocupada em chegar no Airbnb, ir ao mercado, estudar o mapa do metrô e etc, que esqueci de conferir qual dia era a peça. Na minha cabeça com certeza ela aconteceria no dia seguinte. Me preparando pra dormir, pelas 23h, fui dar uma conferida no roteiro e, puta merda, DESESPERO, a sessão para a qual tínhamos ingresso era para aquela noite e, inclusive, já tinha acabado. Gente, eu queria morrer. 1, porque os ingressos não são baratos; 2, porque os ingressos tinham sido presentes de aniversário da minha mãe e padrasto; 3, porque não estava disposta a pagar novamente por eles; 4, porque eu tinha cometido um erro muito bobo; 5, porque era a Broadway!! Eu não queria perder! Aí o que eu fiz? Isso mesmo, me desesperei hahahaha. Mas não durou muito, porque eu já saí pesquisando uma forma de trocar os ingressos. Confesso que a internet não foi muito útil, não consegui encontrar nenhuma informação oficial. Lembro de ler alguém indicando sobre ir ao Box Office do teatro que talvez eles trocassem, caso tivesse assentos disponíveis na peça do mesmo dia (procurei muito essa informação para colocar o link aqui, mas não achei. Acho que só no desespero ela surge kk). Não fiquei muito esperançosa, os espetáculos estão sempre lotados.
No dia seguinte, sexta, fui até o teatro logo de manhã para conseguir mais informações. Levei meus ingressos e fui para a fila de compra. O moço que me atendeu no Box Office disse que não era o horário em que eles tratavam do assunto e me deu um papel com informações, onde constava que eu deveria comparecer no New Amsterdam Theatre (íamos ver Aladdin) sábado, dia 05/10, em um horário específico da manhã (se não me engano, era uma hora antes da abertura para venda). Passei a sexta toda num mix de agonia e esperança, mas tentei focar em aproveitar os passeios daquele dia.
No sábado de manhã lá estava eu, pronta para usar de toda a minha educação e meu inglês não fluente para tentar trocar meus ingressos. Um detalhe importante: eu só tinha o sábado ou o domingo a noite como horários disponíveis para ir na peça, pensei “é agora ou nunca”.
Fui atendida por uma mulher que, de cara, não foi a pessoa mais simpática do mundo. Expliquei a situação, disse que não tinha conseguido comparecer na peça no dia marcado, e perguntei se teria uma chance de trocar o ingresso para outro dia. Ela deve ter olhado pra mim e pro meu irmão menor e se comovido hahaha. Ela logo se mostrou super solícita e disse que veria o que poderia fazer por nós. Andou pela sala dela com meus ingressos, conferiu algumas coisas no computador, pediu nossos passaportes e ficou lá teclando. Até que ela me olhou e disse: acho que consigo encaixar vocês para a sessão de hoje a tarde, às 14h, mas sentados longe um do outro e ambos na área lateral. Tínhamos ingressos para a sessão da noite, em uma área central, melhor localizada. Mesmo assim eu prontamente falei que poderia ser, sem problema algum. Ela imprimiu os tickets e pediu licença, dizendo que precisaria aprovar a troca com o chefe, pois não tinha autonomia para isso. Aquele tempo em que ela sumiu pareceram horas. Ela voltou com uma cara de paisagem, pensei “puts, não rolou”, e sem falar nada ela puxou um envelope, colocou algumas coisas dentro, me devolveu os documentos, sorriu e me entregou as coisas dizendo: “hoje, às 14h, e consegui colocar vocês dois sentados juntos. Bom show!”. Sem nenhum custo a mais. YEEEEYY!
A partir disso é só alegria, minha gente. No sábado, no caso, porque no domingo eu cometi mais um ato falho de organização, mas falo sobre isso outra hora.
A peça foi incrível, muito mais legal do que eu imaginava. A Broadway não é uma atração barata, longe de ser, mas valeu cada centavo (e cada minuto de estresse kk). O meu irmão gostou muito também. Com certeza é uma experiência que quero repetir, mas sem perrengues kkk.
E foi isso, minha gente. Resumão do que aprendi com a situação: um roteiro bem planejado e detalhado é essencial pra mim; uma viagem nunca sai 100% conforme o planejado, saibam lidar com isso; é importante saber o mínimo da língua local; é sempre válido tentar negociar quando as coisas “saem do controle”. Eu poderia ter desistido quando não encontrei infos na internet, mas pensei “ah não, vou usar minha cara de pau e ir lá pedir ajuda”. É incrível como viagens podem nos cobrar as mais diversas skills, né? Acho que vou falar sobre isso daqui uns dias.