A Serra Gaúcha é uma região que eu adoro, cheia de lugares encantadores, pontos turísticos, boa gastronomia, vinhos, chocolates e muito charme.
Bento Gonçalves, um dos municípios da Serra, é conhecido como a Capital Brasileira do Vinho e é a cidade pioneira no desenvolvimento do Enoturismo no Brasil, segundo a Revista Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves – CIC /2013. Além disso, Bento também é o maior pólo moveleiro do Estado. Já dá para imaginar que motivos não faltam para conhecer a cidade, né?
Preparei um roteiro de um dia para conhecer (melhor) a cidade, não por falta de atrativos, mas pela minha escolha de fazer um bate e volta de Porto Alegre.
Roteiro de 1 dia
Saímos de Porto Alegre por volta das 09h30 e chegamos em Bento às 11h30. A estrada é boa na maior parte do caminho, mas tem alguns trechos com muitos buracos. Vale tomar cuidado.
Iniciamos nosso roteiro pelos Caminhos de Pedra, na Destilaria Busnello, lugar menos explorado turisticamente.
O local, cuja arquitetura foi inspirada no Castelvecchio, de Conegliano – Itália, foi fundado em 1963 e o projeto é de autoria de Luigi Pessetto. O castelo abriga as instalações da que é a primeira destilaria de “malt whisky” do Brasil.
Seguindo os Caminhos de Pedra, paramos para almoçar no Le Sorelle Bistrô. O local me pareceu ser menos tradicional do que alguns restaurantes da rota, mas me surpreendeu com os valores e a qualidade da comida. Os restaurantes mais conhecidos oferecem almoços livres de comida típica italiana com valores de R$64, em média, sem bebida. O Le Sorelle, um pouco mais simples, oferecia um cardápio com opções à la carte. O almoço para três pessoas, com refrigerante, custou R$96,00, foi super bem servido (tanto que sobrou, poderíamos ter pedido um prato a menos) e a comida estava muito boa.
Após o almoço fomos até a Casa das Massas e Artesanato, um velho casarão de madeira transformado em loja de artesanato e souvenirs. Na cozinha funciona uma fábrica de massas caseiras e o andar superior abriga um pequeno museu, onde estão expostas ferramentas e alguns outros objetos. Na área externa é possível encontrar uma gaiola grande de passarinhos e um pequeno laguinho com peixes.
A quarta parada foi na Vinícola Salvati & Sirena, inaugurada em 2003. O atendimento é realizado pelo Sr. Salvati, um homem super simpático que recebe a todos com vinhos e suco de uva. A degustação, acompanhada das explicações do anfitrião, sai pelo valor de R$10. A vinícola se diferencia das outras por realizar um trabalho de resgate de variedades de uvas não comerciais e da cultura tradicional, como a uva branca Peverella, a rosada Goethe e a tinta Barbera Piemonte.
A visitação é aberta ao público diariamente, das 9h às 18h. Para grupos acima de 15 pessoas, a visita deve ser agendada com antecedência.
Para finalizar o dia em Bento Gonçalves, decidimos pegar a direção contrária e ir até o Vale dos Vinhedos. Lá existem diversos locais para conhecer, mas como já eram 16h, nós fomos direto para a Casa Valduga, cujo último horário para visitação era às 16h30.
A vinícola é uma das mais tradicionais e conhecidas do estado (ou do país?). Foi fundada em 1875 pelos primeiros imigrantes da Famiglia Valduga, vindos da Itália, e hoje em dia une alta tecnologia com os valores familiares em busca da melhor qualidade para seus produtos.
Conhecida por ter sido a primeira vinícola a explorar o Enoturismo no Vale dos Vinhedos, a Casa Valduga oferece ao público uma visitação guiada pelo valor de R$40 (com direito a levar a taça para casa no final), onde promove a imersão dos visitantes ao mundo do vinho e dos seus processos de produção. Com a duração de aproximadamente 1h30, a guia nos explanou os diferentes modos de produção da vinícola e se aprofundou em explicar o processo dos cinco produtos que seriam ofertados para degustação: 2 vinhos tintos, 1 vinho branco e 2 espumantes.
O que mais me chamou a atenção foi o processo de produção dos espumantes, pela complexidade que ele apresenta. Além disso, a Cave dos Espumantes é enorme e muito bonita. Atualmente, a vinícola tem capacidade para armazenar até 6 milhões de garrafas de espumante em um espaço com 186 metros de comprimento e 22 de largura.
Para finalizar, é possível fazer uma visitação ao parreiral de uvas, com direito a degustação direto do pé. A paisagem é linda e rende ótimas fotos. Ao final do passeio, fomos até a lojinha e depois subimos até o topo do prédio para contemplar a paisagem por mais um tempo. Saímos de lá por volta das 18h30 e nosso carro era o último do estacionamento, já estava tudo fechado.
A visitação é interessantíssima, tudo muito bem explicado, o local é lindo e ainda dá pra ver de pertinho onde tudo acontece. Super indico a experiência, acho que é uma das coisas mais autênticas da Serra Gaúcha.
Ah, o local é aberto para visitas diariamente, nos seguintes horários:
Segundo a sábado – 09h30, 10h30, 11h30, 13h30, 14h30, 15h30 e 16h30.
Domingos e feriados – 09h30, 10h30, 11h30, 14h30 e 15h30.